sábado, 31 de março de 2012

'Preciso servir de exemplo', diz vencedora do Miss Surda Brasil (Postado por Lucas Pinheiro)

“Quando recebi a coroa de Miss Surda Brasil, sabia que a partir desse momento precisava servir de exemplo para os outros surdos”, diz a cearense de 25 anos Bruna Barroso, vencedora da primeira edição do Miss Surda Brasil realizado no último sábado (24), em Fortaleza. A jovem escolhida entre as 14 surdas candidatas ao título se prepara para fazer a primeira viagem internacional em julho, quando disputa o Miss Deaf World (Miss Surda Universo) em Praga, na República Tcheca.

Inspirada na modelo Giselle Bündchen e na ex-miss Ceará e organizadora do Miss Surda Brasil, Vanessa Vidal, a estudante de Libras e diretora social do Instituto Fellipo Smaldone contou em entrevista por e-mail ao G1 que já havia participado de outros concursos de beleza locais, mas realizou um sonho ao receber o título pioneiro. “Nunca havia participado de um concurso oficial e de tão grande repercurssão e me senti muito feliz por ter ficado em 1º lugar. Foi emocionante”, relata.

Questionada sobre a possível segregação que o concurso pode causar, Bruna garante que a competição é um meio de inclusão social: “Pelo que vivi nas aulas de desfile e ensaios realizados durante o concurso, posso garantir que este concurso não tem por objetivo segregar, mas sim estimular os participantes a competir com pessoas ouvintes em outros concursos e a fazer trabalhos como modelo e manequim”. Para reforça a ideia, a modelo diz já ter planos de se inscrever em outros concursos e levar o objetivo do Miss Surda Brasil adiante. “Sempre almejei galgar mais e mais espaço no mundo da moda para ajudar as pessoas surdas discriminadas e construir uma sociedade sem barreiras”.

Uma semana após participar do desfile, Bruna foi convidada para participar de eventos como lançamentos de bandas e conceder entrevistas. “Quero, agora participar do Miss Universo, mas aproveitarei bem todas as oportunidades que surgirem”, afirma. Assim como as modelos que buscou inspiração, Bruna também quer servir de incentivo para outras garotas surdas: “Quero mostrar que as pessoas que se sentem limitadas devem correr atrás dos seus ideais. E que as jovens lindas do Brasil venham participar do próximo Miss Surda, pois vale a pena viver esse sonho!”.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Cidade natal de Chico Anysio faz missa de 7º dia nesta quinta-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

Uma missa pelo sétimo dia da morte de Chico Anysio será realizada nesta quinta-feira (29) em Maranguape, a 30 km de Fortaleza. O humorista nasceu em 1931 e viveu até os sete anos na cidade. A cerimônia contará com homenagens feitas por amigos e artistas.

De acordo com o amigo da família e humorista, Jader Soares, parte das cinzas do humorista serão jogadas sobre a serra de Maranguape no dia 12 de abril, data do aniversário de Chico Anysio e Dia do Humorista no Ceará. A cerimônia, que ainda não tem horário confirmado, deve contar com a presença de familiares do humorista.

Maranguape era citada de forma saudosa pelo humorista. Um dos personagens mais populares de Chico Anysio, o professor Raimundo, era do município. “Maranguape, cidade de que tanto falo, representa uma grande saudade. Foi um pequeno paraíso, o éden da minha infância durante gloriosos anos. Foi lá que aprendi a ler sozinho”, escreveu o humorista em seu site oficial. Após a falência da empresa de ônibus da família, mudou-se se para o Rio de Janeiro com os pais e os irmãos.

Chico Anysio morreu por falência de múltiplos órgãos na sexta-feira (23) depois de sofrer uma parada cardíaca. O corpo do humorista foi velado no sábado (24) no Theatro Municipal, no Centro do Rio, e cremado no domingo (25) no cemitério no Caju. A pedido de Chico Anysio, metade das cinzas será levada para Maranguape e a outra metade para o Projac, na Central Globo de Produções.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Jovem de 24 anos ganha mesada dos pais para estudar para concursos (Postado por Lucas Pinheiro)

Dianne Dias se considera privilegiada porque, aos 24 anos, ainda recebe mesada dos pais. O motivo? Mesmo bacharel em Direito, ela passa a maior parte do tempo estudando para se preparar para concursos públicos. "Lógico que hoje se eles não tivessem condições, eu teria de advogar. Nem todo mundo pode ficar parado para estudar. Mas como eu tenho esse privilégio, tenho de aproveitar para me capacitar mais", afirma.

Ela recebe todo mês R$ 2 mil dos pais para a manutenção da casa em que mora sozinha em Fortaleza, ter uma diarista e pagar um pouco de lazer. Para Dianne, ninguém deve receber mesada a vida toda, mas enquanto for realmente necessário. Natural do Rio Grande do Norte, ela recebe mesada há nove anos, desde o ensino médio.

Depois, os pais mantiveram a mesada durante a faculdade e agora ela continua contando com o apoio financeiro para se dedicar aos estudos. "Sei que nem todo mundo tem acesso a isso. Acho que quando você tem um privilégio, você tem de aproveitar a oportunidade", disse.

Ela disse que presta assistência jurídica uma vez por semana a uma empresa para reforçar o orçamento, em especial, para as saídas com amigos. "Não posso me dedicar tanto ao trabalho porque preciso estudar", diz. Dianne reconhece ainda o esforço dos pais e diz que se não recebesse a mesada, não teria como buscar chegar mais longe na profissão. "Teria de estar trabalhando para me sustentar e morar em um apartamento sozinha. Tem as contas de casa para pagar. Por mais que eu passe 90% do meu tempo estudando, não daria", explicou.

Amadurecimento
Como os pais de Dianne moram em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte, ela mora desde os 15 anos sozinha em um apartamento em Fortaleza, onde estuda. A jovem explica que morar sozinha trouxe amadurecimento quanto ao controle de gastos. "Sou muito consciente com relação ao dinheiro. Sempre me deram um valor porque sabiam quanto mais ou menos eu gasto. Esse 'x' era para pagar as contas e, se eu conseguisse economizar, ficava para mim", explica.

No início, quando ela ainda era adolescente, Dianne avisava aos pais sobre cada conta que chegava e quando precisava de dinheiro para o lazer ou outros afazeres. Depois, acabou conquistando a confiança dos pais e se organizando sozinha. Mas ela também acredita que isso se deve mais à personalidade do que à orientação dos pais. "Eu nunca cheguei a gastar o dinheiro e ficar sem ter como me organizar, mas é mais da pessoa", defendeu.

Dica do especialista
Para o educador financeiro Álvaro Modernell, a estudante Dianne Dias vive “uma situação ideal”.

“Muitos especialistas acham que, assim que a pessoa adquire a maioridade ou sai da faculdade, os pais têm que cortar este suporte financeiro. Eu não concordo necessariamente com isso, acho que cada caso tem que ser analisado separadamente”, diz.

Para o especialista, se a família tem boas condições financeiras e ninguém está passando privações – sejam os pais ou irmãos – então, não há nada de errado no caso da jovem.

“Poucas pessoas têm esta oportunidade. O risco está em o jovem não ter consciência de que isto é um privilégio ou querer ficar ‘aproveitando a vida’ e postergando a entrada no mercado de trabalho.”

Modernell, no entato, faz um alerta: “É importante que ela tenha consciência de que nem todo mundo que estuda para concurso público passa. Seria indicado que ela estabelecesse um deadline”.

Caso Dianne não consiga passar num concurso público nos próximos dois ou três anos, por exemplo – citando um prazo hipotético – ela deveria ingressar no mercado de trabalho, mas sem necessariamente largar os estudos e abandonar o projeto de prestar concurso, orienta o educador financeiro. “O que é ruim é ficar sem um horizonte. Tem que buscar uma definição.”

Embora a estudante preste assistência jurídica uma vez por semana, Modernell diz que ela poderia aumentar um pouco esta carga de trabalho para fazer uma reserva financeira.

“Já que os pais estão se dispondo a sustentar o estudo dela, ela poderia fazer uma poupança ou uma previdência. A reserva é importante não só para necessidades, mas também para oportunidades. Vamos supor que surja um curso no exterior”, comenta.

Também é fundamental, na opinião do especialista, que a família converse claramente sobre a situação. Juntos, pais e filhos devem ter claro como está a situação financeira e de saúde dos pais, até quando terão condições de manter este padrão. “Chega uma hora que os pais precisam desacelerar. Já pensaram a respeito?”

Álvaro Modernell se opõe em casos que a família banca um dos entes sem ter condições para tal. “Muitos idosos passam restrições não porque a aposentadoria é baixa, mas porque se sacrificam pelos filhos.”

Como dica final, o especialista orienta Dianne a aprofundar os estudos também na questão da educação financeira. “Tem gente que se relaciona bem com o dinheiro, mas desconhece questões importantes.”

quinta-feira, 15 de março de 2012

Campeão de olimpíadas, estudante de 17 anos do Ceará é aceito no MIT (Postado por Lucas Pinheiro)

Às 20h28 desta quarta-feira (14), João Lucas Camelo Sá, de 17 anos, acessou a internet na sua casa em Fortaleza (CE) e descobriu que sua vida iria mudar completamente: ele foi aprovado na seleção do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Localizado em Massachusetts, nos Estados Unidos, o MIT é umas das universidades mais conceituadas do mundo: referência em ensino e pesquisa em tecnologia, ficou em segundo lugar no ranking mundial em reputação da Times Higher Education, atrás apenas da Universidade de Harvard.

A data e o horário em que João Lucas viu a aprovação foram estipulados pela instituição para que os candidatos verificassem o resultado da seleção por meio de uma senha. "Eu estava desanimado, comecei a pensar no pior, mas quando vi que passei, saí correndo, subi e desci as escadas umas dez vezes. Meus pais tomaram um susto", diz João Lucas.

Para ser selecionado no MIT é necessário fazer um exame chamado de Scholastic Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de 'Enem americano,' que também é aplicado no Brasil aos interessados em disputar vagas nos Estados Unidos. Sá conta que fez as provas específicas de matemática e química e gabaritou com 800 pontos, a nota máxima. Também foi necessário fazer o teste de proficiência em inglês, o Toefl (Test of English as a Foreign Language). Do total de 120 pontos, o jovem fez 113.

Apesar do bom desempenho no processo seletivo, o estudante tinha dúvidas se seria aceito.  "Muita gente boa aplica para o MIT, passar lá é algo extraordinário. Não tinha como ter certeza", afirma.

Fera em matemática, João Lucas ainda não sabe qual curso vai optar no MIT. A universidade permite que o estudante defina a graduação em até dois anos. Até lá, o jovem quer explorar áreas como computação e economia. E ao concluir os quatro anos de estudo já sabe seu destino: voltar para Fortaleza. "Estudar fora do país vai ser importante para o currículo, mas quero voltar e contribuir para minha cidade, fazer algo significativo para meu estado. Não penso em morar nos Estados Unidos, não teria sentido."

Campeão olímpico
A vontade de estudar no exterior começou quando João Lucas passou a conviver no universo das olimpíadas estudantis. A maioria das universidades americanas valoriza alunos com histórico de participação nessas competições.

Quando tinha uns 10 anos, o estudante foi convidado pelo colégio Ari de Sá, em Fortaleza, onde concluiu o ensino fundamental e médio, para participar de uma oficina de matemática. "As aulas eram legais porque eram mais difíceis, mais desafiadoras do que as da sala de aula. Mas nessa época nem tinha intuito de competir", afirma.

O 'supercampeão' nem sabe dizer quantas medalhas já conquistou ao longo da carreira que começou aos 12 anos. Foi medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática; prata na Olimpíada Internacional de Matemática, na Holanda; prata na Romênia Master (prêmio inédito para o Brasil) e ouro na Olimpíada de Matemática do Cone Sul neste ano, entre outras premiações.

Apesar de tantos títulos, João Lucas conta que a mais importante conquista não veio em forma de medalha. "Alguns dos meus melhores amigos eu fiz nas olimpíadas. Acontecia de nos encontrarmos nas viagens. Alguns já estudam fora do país e me ajudaram com dicas."

'Não precisa ser gênio'
João Lucas sempre foi bom aluno, costumava assistir às aulas regulares de manhã e passar as tardes na biblioteca da escola. Às vezes, durante as noites, tinha aulas focadas para as olimpíadas ou ia se distrair na casa de algum amigo. O estudante dispensa o título de gênio e diz que qualquer bom aluno consegue fazer o SAT tranquilamente. "Não precisa ser gênio das olimpíadas para ir bem. Tirei 800 e não sou bom em química, não tem muito segredo. Minha rotina nunca foi diferente da maioria das pessoas. Na sala de aula era visto como qualquer um."

A mãe de João Lucas, a assistente social Francisca Rosa Camelo Sá, de 54 anos, agora mescla o orgulho de ver o sucesso do filho com a angústia de saber que o caçula de três filhos vai se mudar do país. "Ele é muito determinado, no fundo sabia que ia dar certo. Mas agora vem a sensação do ninho se esvaziando e ao mesmo tempo saber que nossa missão está sendo cumprida. É muito orgulho."

Além da falta dos pais, das duas irmãs e dos amigos e parentes do Ceará, João Lucas diz que vai sentir muitas saudades do clima do nordeste brasileiro. "Gosto do calor, do céu azul, de acordar com o dia ensolarado. Quando viajava para lugares frios para participar das olimpíadas, voltava e pensava: que sorte eu tenho de morar aqui!"

quinta-feira, 8 de março de 2012

Após ter velório e enterro, homem tenta provar que não morreu no Ceará (Postado por Erick Oliveira)

Antônio Rodrigues, 43 anos, foi dado como morto pela própria mulher e agora tenta provar que ainda está vivo, no município de Canindé, no sertão central do Ceará. Ele teve velório e até “está enterrado” há quatro anos em uma cova no cemitério da cidade. Pelo menos é o que diz o documento de liberação do corpo, emitido pela Polícia Civil do Ceará em fevereiro de 2009. Desde então, ele afirma que tem problemas. “Ficou ruim de eu trabalhar, ficou ruim de eu vender os negócios. Onde eu chego é morto-vivo. Ficou complicado”, reclama Antônio.
Mas o enterro foi um engano. Antônio Rodrigues trabalhava como caixeiro-viajante, ou galego, o famoso vendedor de porta em porta. Por causa da profissão, a família pouco sabia por onde ele andava. Numa dessas viagens, ele estava em Tejuçuoca, no Norte do estado, quando a família recebeu a notícia de que o corpo de alguém parecido com ele havia sido encontrado em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A ex-mulher dele foi ao Instituto Médico Legal (IML) e reconheceu o corpo como sendo o do ex-marido. Houve o velório, o enterro e, um dia depois, ele reapareceu. “Uma pessoa que passa 20 anos com a pessoa e não reconhece o corpo”, questiona Antônio. A ex-mulher de Antônio Rodrigues, Lurdirene dos Santos Freitas, disse que só reconheceu o corpo porque toda a família de Antônio, inclusive as irmãs dele, afirmavam que o corpo era do ex-marido.
O enterro teve até testemunhas. Quer melhor que o próprio coveiro? “O corpo chegou, a gente colocou na capela que tem aqui no cemitério. E eu vim cavar aqui para poder enterrar”, relata o coveiro, José Vieira da Silva Filho.
Não existe
Por conta do engano, Antônio Rodrigues, formalmente, não existe. O advogado da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE) explica como ele pode resolver o impasse. “Ele pode entrar na Vara de Registros Públicos, na capital ou na vara cível mesmo em Canindé, requerendo a anulação dessa certidão de óbito”, disse.
De acordo com Férrer, deve ser feito também pelo Ministério Público uma apuração de quem fez o ato criminoso, assim como o vendedor autônomo pode entrar com uma ação de indenização contra as pessoas responsáveis, inclusive o cartório.
Comentários em Canindé
Assim como Antônio, nas ruas de Canindé muitos não entendem como a mulher reconheceu o corpo errado. “Eu acho que dava para reconhecer né? Não dava pra ter tanto engano assim, não”, opina a auxiliar de escritório Maria Ramos Cruz. Antônio Rodrigues pode até desfazer o engano, mas em Canindé todos querem saber: Quem será esta pessoa que está enterrada aqui agora?”

terça-feira, 6 de março de 2012

Casal teve 38 filhos e batizou 19 deles no mesmo dia, em Ubajara (CE) (Postado por Lucas Pinheiro)

Aos 66 anos, o mestre de obras aposentado Francisco Ricardo de Souza teve 38 filhos com a companheira com quem vive há mais de três décadas, Raimunda de Assis Coelho. Moradores de Ubajara, a 312 km de Fortaleza, o casal conta que realizou a cerimônia de batismo de todos os filhos e netos no mesmo dia na igreja católica da cidade, em dezembro de 2009, com direito a festa em família.

A diferença de idade entre a filha mais velha do casal, Alessandra, 32, e o mais novo, Mateus Ricardo, é de 24 anos. Raimunda teve o último filho aos 55 anos e afirma ter feito o parto de todas as crianças sozinha, em casa.

Aposentado por motivos de saúde há quatro anos, o mestre de obras afirma que sustenta a casa com os R$ 2 mil que recebe. Para alimentar a parte da família que ainda vive com ele, são feitos cerca de 4 kg de arroz por dia, tudo preparado no fogão a lenha.

Sentindo-se com 17 anos e afirmando que a companheira parece ter 14, Souza diz ainda ter muito para viver, mas não pretende mais ter filhos. “Agora não da mais não. Não tem mais condições”, diz . Atualmente, cinco netos são criados pelo casal. Os outros moram com os pais. Somente Alessandra, filha mais velha do casal, tem cinco filhos, mas deixa bem claro que "de jeito nenhum" seguirá os passos dos pais.

Começo
O pai conta que foi morar com a companheira, logo que ela engravidou do primeiro filho. “Nem lembro mais com que idade, tínhamos vinte e poucos anos. Nosso primeiro filho devia ter 38 anos, mas morreu”, lamenta. Não é fácil para Souza lembrar do nome de todos os filhos. Só lembra que dos 14 filhos homens sobreviventes, 13 também levam Ricardo no nome em homenagem ao pai. “Só não Sebastião, não sei porque ele não se chama Ricardo”, diz Souza.

Souza afirma já ter pedido esmolas para sustentar a família. “Dificuldade foi só o que teve na minha vida”, afirma Souza sem perder o ânimo, mesmo ao contar que 19 dos 38 filhos morreram ainda bebês.

Ele conta que teve de pedir esmolas porque ficou muito doente e passou por uma cirurgia quando a companheira teve o quarto filho. Mesmo com problemas para sustentar a família, Souza afirma que todos os filhos vão à escola. “Meus filhos mais velhos já terminaram o segundo grau, um orgulho”, diz o aposentado que só estudou até o quinto ano do ensino fundamental.

Para comemorar o batismo coletivo, em 2009, Souza fez festa com direito a serviço de filmagem e fotografia, mas os registros foram emprestados e nunca mais voltaram às mãos da família.