sexta-feira, 4 de maio de 2012

'Não imaginei', diz filho que deu dieta errada à mãe que morreu no hospital (Postado por Lucas Pinheiro)

“Jamais iria imaginar que aquilo iria tirar a vida da minha mãe”, afirma o vendedor que admitiu ter injetado a dieta em via errada na mãe internada no Hospital de Messejana, em Fortaleza, nesta quarta-feira (2), em Fortaleza. Segundo o vendedor, ele foi orientado por uma enfermeira a realizar procedimentos como aplicação de aerosol e injeção de alimentos pela sonda nos pacientes. “A primeira enfermeira que atendeu a gente nos ensinou a como fazer”, relata.

O vendedor explicou também que o episódio ocorreu após a mãe ter realizado exames e voltado para o leito, onde outra paciente perguntou se ele não iria aplicar a injeção que uma enfermeira havia deixao ao lado da cama. “Eu vi a medicação e fui dar, mas me confundi na hora e em vez de colocar na sonda coloquei na veia. Quando estava sentado, eu vi uma coisa estranha na minha mãe e levantei ligeiro, mas ela já estava babando. As enfermeiras me ensinaram, mas na hora eu tava (sic) abatido psicologicamente e arrasado e fiz o procedimento errado”, conta.

Abatido pela morte da mãe, o vendedor critica a recomendação que diz ter recebido. “O que disseram para mim na verdade não era para acontecer. As pessoas que lá trabalham não deviam deixar a gente mexer naquilo. Se fosse uma pessoa rica, teria alguém para ajudar”, reclama. O corpo da idosa foi encaminhado para o Sistema de Verificação de Óbito (SVO) e a perícia foi realizada na quinta-feira (3) pela manhã, segundo o SVO. O filho informou que vai buscar o corpo na manhã desta sexta-feira (4) para realizar os procedimentos do enterro.



O secretário de saúde do Ceará, Arruda Bastos, informou que o caso já está sendo acompanhado para analisar se foi cometido algum erro da equipe do hospital. Sobre o procedimento que o filho da paciente diz ter sido orientado a fazer, o secretário afirma que se trata de uma orientação que deve ser feita apenas em casa. “A orientação é que todo o corpo de enfermagem faça esse procedimento nos leitos, dentro do hospital. Pelo que vimos nesse caso, se trata de um paciente crônico que, depois de estabilizar sua situação, iria ter alta e aí sim os procedimentos deveriam ser feitos em casa pelos familiares”, ressalta.

Boletim de Ocorrência
O hospital informou que registrou um Boletim de Ocorrência no 6º Distrito Policial, no Bairro Messejana, para que a polícia investigue o caso. Em nota, a direção do hospital lamentou a morte da paciente, que estava internada havia cinco dias para realizar exames por conta de suspeita de câncer no pulmão.

O delegado titular da delegacia de Messejana, Paulo César Cavalcante de Andrade, confirmou que foi feito um B.O. para investigar a morte suspeita da idosa, mas disse que as investigações vão ser iniciadas depois da divulgação do laudo cadavérico, que tem previsão de 30 dias.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Paleontólogos são presos no aeroporto de Juazeiro do Norte, no CE (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Federal prendeu dois paleontólogos na noite de quarta-feira (2) no Ceará quando embarcavam com fósseis e amostras de poeira no Aeroporto de Juazeiro do Norte, Sul do estado, com destino ao Rio de Janeiro. Segundo policiais, os pesquisadores foram presos em flagrante com 236 amostras de material fossilífero da Chapada do Araripe, sem a documentação legal para o transporte. Um dos pesquisadores é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e funcionário do Museu Nacional. O outro é um francês, convidado pela Universidade Regional do Cariri (Urca) para colaborar com projeto de pesquisa. Os dois foram enquadrados na lei ambiental 9.605 que proíbe a extração de fósseis sem autorização, de acordo com a polícia.

Segundo o coordenador do Laboratório de Paleontologia da Urca, Álamo Feitosa, ''tudo parece ser um grande mal entendido”. De acordo com ele, quando os dois pesquisadores chegaram ao aeroporto com destino ao Rio, a Polícia Federal estava à espera para fazer um flagrante a partir de uma denúncia. “Eles [policiais] disseram que os pesquisadores estavam com um crânio de pterossauro. Não existe isso”, disse. O Sul do Ceará é um dos principais campos de estudo paleontológico.

“Eu não estava com eles [pesquisadores], estava na escavação. Os documentos [autorizações] estavam comigo. Era para ter entregue para eles, foi engano meu. Admito isso”, conta Feitosa. Conforme o coordenador, o pesquisador francês foi convidado pela Urca com as despesas pagas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) apenas para colher amostras de algumas peças para que a Urca pudesse realizar exames.

“O francês levava apenas saquinhos de papel e tubos com poeira dentro”, contou Álamo. Segundo ele, a coleta já havia sido realizada por pesquisadores locais, mas não obtiveram sucesso por não saberem como colher as amostras. “Passei três anos esperando o francês para nos dar essa ajuda. O cara está todo legalizado e está preso?”, disse Feitosa.

Segundo Feitosa, um dos pesquisadores realiza pesquisas em parceria com a Urca há 28 anos. “Ele estava levando peças e fósseis já tombados pela Urca e autorizados. São fósseis de peixes. Ele estava levando para o Rio porque nem eu nem ele somos especialistas em peixes”, explicou.

Polícia Federal
Álamo Feitosa contou que recebeu uma ligação sobre a prisão na noite de quarta-feira. Mas quando chegou à delegacia com a documentação sobre a pesquisa e as autorizações da universidade, não foi atendido de imediato. “Demorou muito, quando o delegado me atendeu, disse que o flagrante já havia sido feito”, disse.

Universidade
O vice-reitor da Urca, professor Patrício de Melo, informou que a universidade desconhece qualquer fato que “desabone os pesquisadores”. Ele explicou que os profissionais foram convidados em 2011 para participar do projeto intitulado “Estudos sistemáticos e paleontológicos da fauna de vertebrados, das formações Crato e Romualdo (grupo Santana) da bacia do Araripe, Nordeste do Brasil”. As escavações são financiadas pelo CNPQ.

De acordo com Melo, o ICMBio do Ministério do Meio Ambiente e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgãos de fiscalização e controle de impacto ambiental, foram informados e autorizaram as pesquisas. “Para nós o projeto está plenamente regular. Soubemos que o DNPM foi acionado pela PF, mas a universidade ainda não. Mas o importante é que essas peças seriam investigadas e devolvidas”, ressalta.