segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tasso insinua que pode disputar o governo do Ceará


José Cruz/ABr

Reunido neste domingo (25), o PSDB do Ceará ungiu o seu novo presidente: o médico Marco Penaforte.

A discursar, Penaforte conclamou o tucanato cearense a retomar a condição de protagonista na política cearense.

Nas pegadas de Penaforte, foi ao microfone o senador Tasso Jereissati, principal liderança do PSDB local.

Tasso endossou Penaforte: “Estamos dispostos a construir esse desafio. Um novo projeto sem cooptação, com idealismo. Estou aí para segui-lo”.

Uma declaração de Tasso deixou eriçadas as plumas da platéia: “Estou à disposição para fazer o necessário...”

“...E, assim, assim recuperar o espaço de poder no Estado, para que o cearense volte a ter orgulho, a ter dignidade e a pensar no seu futuro”.

Em declínio no Ceará, os tucanos viram na frase de Tasso uma insinuação. Acham que o senador deixou no ar a hipótese de candidatar-se a governador.

Depois de uma hegemonia de 20 anos, o PSDB flerta com o ostracismo no Ceará. Até aqui, o caminho natural de Tasso era uma incerta recandidatura ao Senado.

Em 1986, ainda no PMDB, Tasso elegera-se governador do Ceará. Em 1990, já como grão-tucano, Tasso fez o sucessor: Ciro Gomes, à época no PSDB.

Em 1994, Tasso voltou à cadeira de governador. Reelegeu-se em 1998. Em 2002, o tucanato elegera Lúcio Alcântara.

Em 2006, começou o declínio. Brigado com Alcântara, à época candidato à reeleição, Tasso conspirou nos subterrâneos para eleger Cid Gomes (PSB).

Hoje, convertido em força auxiliar de Cid, o tucanato vai a 2010 dividido em três pedaços.

Um naco do partido defende o apoio à reeleição de Cid, irmão de Ciro Gomes, agora um candidato multiuso do PSB.

Outra parte flerta com o apoio à candidatura do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, do PR.

Uma terceira ala do PSDB advoga a tese da candidatura própria. O nome de Tasso seria o único capaz de empolgar a legenda.

Daí a excitação com o comentário feito pelo senador no encontro deste domingo. Resta saber o que o senador quis dizer.

O miolo da frase de Tasso –“Estou à disposição para fazer o necessário”— pode significar qualquer coisa.

De resto, é preciso combinar com o eleitor. Hoje, nem mesmo a reeleição de Tasso ao Senado é vista como coisa certa.

Escrito por Josias de Souza às 22h07