quinta-feira, 27 de junho de 2013

Câmara aprova royalties do petróleo para educação e saúde

O Plenário aprovou, na madrugada desta quarta-feira (26), o projeto que destina os recursos dos royalties do petróleo à educação pública, com prioridade para a educação básica, e à saúde. A matéria foi aprovada na forma de um substitutivo do deputado André Figueiredo (PDT-CE) ao Projeto de Lei 323/07, que precisa ser votado ainda pelo Senado.
O texto prevê o uso de recursos dos contratos já existentes, contanto que os poços entrem em operação comercial após 3 de dezembro de 2012. Isso abrangeria vários contratos atuais de blocos de exploração que ainda não chegaram a essa fase, em que o poço começa a produção em escala comercial.
Para a educação, serão destinados 75% dos recursos; e 25% irão para a saúde, segundo emenda do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Contratos posteriores
A base usada pelo relator foi o Projeto de Lei
5500/13, do Executivo, que tramita com urgência constitucional e trancava os trabalhos. O texto do governo previa o uso somente dos royalties e da participação especial dos contratos assinados depois dessa data, quando ocorreu a publicação da nova lei sobre divisão dos royalties entre os estados.
Essa lei (12.734/12) está pendente de decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à constitucionalidade da nova divisão entre os estados com base nos critérios de rateio dos fundos de participação dos municípios (FPM) e dos estados (FPE).
Na mesma data, foi publicada a Medida Provisória 592/12, que já destinava todos os recursos dos royalties à educação, mas também apenas quanto aos contratos novos. “Com o substitutivo, poderemos valorizar mais os professores com recursos a curto e médio prazo, sem precisarmos esperar dez anos para usar o dinheiro do pré-sal”, afirmou o relator.
Para Caiado, prevaleceu o bom senso. “Não fizemos um repasse indefinido do Fundo Social a essas áreas e resgatamos o compromisso dessa Casa para atender a educação e também a saúde”, afirmou.
Exploração comercial
Cálculos do relator indicam que o total de recursos à disposição dessas áreas aumentaria de R$ 25,8 bilhões para R$ 335,8 bilhões ao longo de dez anos (2013 a 2022).

Segundo ele, isso seria possível graças aos contratos mais antigos que irão começar a produzir comercialmente nos próximos anos sob qualquer tipo de contrato: concessão (Lei 9.478/97), cessão onerosa à Petrobras (Lei 12.276/10) ou de partilha de produção (Lei 12.351/10).
Em todos os casos, trata-se da lavra apenas na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva.
Fundo Social
Outra fonte de recursos para a educação prevista no relatório é o Fundo Social do pré-sal, criado pela lei que regulamentou a exploração do petróleo nessa camada geológica.

De acordo com o projeto do governo, seriam usados para a educação 50% dos rendimentos desse fundo, para o qual devem ser destinados os royalties e a participação especial da União referentes ao petróleo do pré-sal extraído sob o regime de concessão.
O substitutivo de Figueiredo determina o uso de 50% de todos os recursos recebidos pelo fundo nesse setor e não apenas metade de seus rendimentos. Entretanto, nas últimas negociações antes da votação, ele impôs um limite ao uso desse dinheiro.
Ele deverá ser usado até que sejam alcançadas as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê o alcance de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) aplicados na educação.
Atualmente, segundo a lei, o dinheiro do fundo poderá ser usado também para projetos nas áreas de cultura, esporte, saúde pública, ciência e tecnologia, meio ambiente, e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Sobre o uso do capital principal do fundo, o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) alertou que isso pode comprometer esse fundo. “Eu temo pela proposta”, disse, lembrando ainda que a matéria pode ser considerada inconstitucional por redirecionar recursos vinculados a contratos antigos.
Área de exploração
Também deverão ser destinadas à educação as receitas conseguidas pela Petrosal em negociações com a empresa que explora blocos cuja jazida se estenda além da área concedida para outras não concedidas ou não partilhadas. Esse procedimento é conhecido como individualização da produção.

A Petrosal é uma estatal criada para gerenciar os contratos sob o regime de partilha da produção, no qual a União fica com parte do petróleo produzido para venda posterior.
Adicionalmente, André Figueiredo propõe que o excedente de óleo da União seja de, no mínimo, 60% da parcela que sobrar depois de deduzidos os custos calculados em óleo e os royalties.
Na lei atual, cabe ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definir os critérios para encontrar esse excedente e o percentual mínimo.
Pesquisa e lavra
Para viabilizar a votação, André Figueiredo concordou em retirar artigos que previam uma última fonte de recursos para a educação: a decorrente de contratos de prestação de serviços que seriam assinados pela União com a Petrobras para a realização de atividades de pesquisa e lavra em áreas do pré-sal.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Assembleia do Ceará aprova compra de usina de etanol pelo estado

Ceará vai poder participar do leilão da compra de usina com lance mínimo.
Deputados criticaram compra de usina falida de etanol e açúcar.

Do G1 CE
 
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou nesta quarta-feira (29) as mensagens que autorizam a aquisição da Usina do Cariri, além de medidas necessárias para reativar o equipamento para produção de etanol e açúcar.
A usina foi fechada em 2005 e chegou a gerar 4 mil empregos diretos e indiretos. Segundo o líder do governo na Assembleia, José Sarto (PSB), defendeu que a reativação é uma reivindicação dos produtos de cana na região Cariri.
Com a aprovação da mensagem, o governo do estado do Ceará participa do leilão da usina com o lance mínimo, de R$ 15 milhões, 60% do valor de mercado para o empreendimento. Ainda segundo Sarto, a criação e ativação de uma nova usina custaria mais de R$ 120 milhões.
Com a mensagem do executivo aprovada nesta quarta-feira, o governo do estado também tem a permissão para investir até R$ 33 milhões na recuperação da Usina do Cariri.
A aprovação ocorreu com críticas dos deputados Ely Aguiar (PSDC) e Heitor Férrer (PDT). Aguiar afirmou que seria mais rentável construir uma nova usina. "Vai se gastar milhões para uma massa falida e mais outros milhões para reativar", disse Aguiar.
"Eu estou boquiaberto com essa mensagem, que não terá meu voto para legitimar essa insanidade. Vamos torrar R$ 60 milhões de início, dinheiro do Ceará, porque o governador do Ceará, mal assessorado, quer adquirir uma fábrica de etanol. Deixe para iniciativa privada, governador", critica Heitor Férrer.
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sábado, 15 de junho de 2013

Prévia do PIB avança 5,5% no Estado

15.06.2013

Em abril deste ano, a expansão foi de1,3%, frente ao mês anterior. Na mesma comparação, o País cresceu 0,84%

São Paulo/Fortaleza. Nos últimos anos, o Produto Interno Bruto do Ceará (PIB) cresceu bem acima da média nacional. Para 2013, os primeiros resultados mostram que a economia cearense continuará com uma expansão maior que a do País, embora em uma margem de diferença menor que as registradas no passado.

O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), prévia do PIB, divulgado ontem pelo Banco Central (BC) reforça essa tendência. Conforme o BC, na série dessazonalizada, a atividade econômica do Ceará avançou 5,5% em abril deste ano, quando comparado com igual mês de 2012. No País, na mesma base de comparação, o crescimento foi de 4,85%.

Conforme o levantamento realizado pelo Banco Central, na série ajustada para o período, o desempenho da economia cearense em abril de 2013 foi o melhor em três anos. No último mês de abril, o IBC-Br do Estado alcançou 155,49 pontos, contra 147,4 pontos em abril do ano passado e 146,6 pontos em igual mês de 2011.

Mensal

Observando o resultado mensal, na série dessazonalizada, o IBC-Br do Ceará apresentou avanço de 1,3% em abril deste ano, na comparação com o mês anterior. O resultado indica uma melhora na atividade econômica local, uma vez que, em março de 2013, o IBC-Br do Estado apresentou um leve recuo de 0,3%, frente a fevereiro. Em março, o IBC-Br do Ceará foi de 153,49 pontos.

Vale destacar ainda que os 155,49 pontos registrados pelo IBC-Br de abril foi o melhor resultado alcançado pelo Estado neste ano. Em janeiro, foram 153,49 pontos, em fevereiro 153,14 pontos e, em março, como já dito, 153,49 pontos.

O levantamento do Banco Central mostra ainda que, em 12 meses, o IBC-Br do Estado apresenta expansão de 1,1%.
Nacional
No Brasil, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril cresceu 0,84% em abril, frente a março deste ano. Para o diretor de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a alta indica que o PIB deve registrar uma aceleração no segundo trimestre, na margem. Ramos estima que a economia deve avançar 0,9% entre abril e junho, além do 0,6% registrado entre janeiro e março.

"Essa expansão do ritmo é positiva, pois está acima do PIB potencial do País, em ritmo anualizado", comentou. Conforme o BC, a marca máxima de incremento do PIB sem provocar alta excessiva da inflação é de 3,1%. E o PIB do 2º trimestre indicaria uma elevação de 3,64%, caso a velocidade projetada pelo economista fosse mantida por quatro trimestres seguidos.

De acordo com Ramos, no entanto, o IBC-Br deve indicar um resultado menor em maio, em função da alta probabilidade de números menos favoráveis para a produção industrial e vendas de varejo.

"O PIB no segundo semestre pode apresentar um ritmo médio de expansão entre 0,75% e 0,85%, em função de alguns fatores: um deles é uma contribuição menos favorável da agricultura, que já apresentou um desempenho muito bom no primeiro trimestre", destacou Ramos.