José Cruz/ABr
Reunido neste domingo (25), o PSDB do Ceará ungiu o seu novo presidente: o médico Marco Penaforte.
A discursar, Penaforte conclamou o tucanato cearense a retomar a condição de protagonista na política cearense.
Nas pegadas de Penaforte, foi ao microfone o senador Tasso Jereissati, principal liderança do PSDB local.
Tasso endossou Penaforte: “Estamos dispostos a construir esse desafio. Um novo projeto sem cooptação, com idealismo. Estou aí para segui-lo”.
Uma declaração de Tasso deixou eriçadas as plumas da platéia: “Estou à disposição para fazer o necessário...”
“...E, assim, assim recuperar o espaço de poder no Estado, para que o cearense volte a ter orgulho, a ter dignidade e a pensar no seu futuro”.
Em declínio no Ceará, os tucanos viram na frase de Tasso uma insinuação. Acham que o senador deixou no ar a hipótese de candidatar-se a governador.
Depois de uma hegemonia de 20 anos, o PSDB flerta com o ostracismo no Ceará. Até aqui, o caminho natural de Tasso era uma incerta recandidatura ao Senado.
Em 1986, ainda no PMDB, Tasso elegera-se governador do Ceará. Em 1990, já como grão-tucano, Tasso fez o sucessor: Ciro Gomes, à época no PSDB.
Em 1994, Tasso voltou à cadeira de governador. Reelegeu-se em 1998. Em 2002, o tucanato elegera Lúcio Alcântara.
Em 2006, começou o declínio. Brigado com Alcântara, à época candidato à reeleição, Tasso conspirou nos subterrâneos para eleger Cid Gomes (PSB).
Hoje, convertido em força auxiliar de Cid, o tucanato vai a 2010 dividido em três pedaços.
Um naco do partido defende o apoio à reeleição de Cid, irmão de Ciro Gomes, agora um candidato multiuso do PSB.
Outra parte flerta com o apoio à candidatura do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, do PR.
Uma terceira ala do PSDB advoga a tese da candidatura própria. O nome de Tasso seria o único capaz de empolgar a legenda.
Daí a excitação com o comentário feito pelo senador no encontro deste domingo. Resta saber o que o senador quis dizer.
O miolo da frase de Tasso –“Estou à disposição para fazer o necessário”— pode significar qualquer coisa.
De resto, é preciso combinar com o eleitor. Hoje, nem mesmo a reeleição de Tasso ao Senado é vista como coisa certa.
Escrito por Josias de Souza às 22h07
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