domingo, 19 de junho de 2011

Vida nova para 540 pessoas


Notícia Fortaleza Jornal

O Residencial Turmalina foi construído no bairro Vila Nova, em Fortaleza. Ao todo são 120 apartamentos (FOTO: SARA MAIA) O Residencial Turmalina foi construído no bairro Vila Nova, em Fortaleza. Ao todo são 120 apartamentos (FOTO: SARA MAIA)
Sair de casa de madrugada e voltar do serviço no meio da tarde deixou de preocupar a auxiliar de produção Sandra Maria Santos. Ela sabe que o casal de filhos ganhou companhia para brincar no parque do condomínio onde mora desde ontem. “Minha outra casa era sem piso. Estou arrumando essa aos poucos. Mas o que eles não tinham vão ter agora”, diz.

A família ocupa um dos 120 apartamentos do primeiro conjunto no Estado levantado com recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Localizado no Vila Nova, em Fortaleza, o Residencial Turmalina custou R$ 5,2 milhões e abriga 540 pessoas.

Os donos estão isentos de IPTU e têm 120 parcelas de financiamento do imóvel pela frente. Para rendas de até R$ 500, o pagamento é de R$ 50 mensais. Quem recebe mais de R$ 500 desembolsa 10% do salário. “Está muito bonitinho. Mas, além de ser bacana, foi pensado para dar acessibilidade a gente como seu Francisco”, resumiu a prefeita Luizianne Lins (PT), depois de visitar o novo endereço do aposentado Francisco José Pereira, 56. O apartamento dele é um dos seis adaptados para pessoas com deficiência.

Segundo Luizianne, 80 mil famílias procuraram a Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) para a primeira etapa do programa do Governo Federal, quando foram aplicados R$ 60 milhões que incluem a entrega de outros quatro conjuntos até o fim deste ano.

Responsável pela liberação da verba do programa, a Caixa Econômica Federal projeta 4.000 fortalezenses beneficiados com a medida. “No começo, tivemos dificuldade para adquirir os terrenos. Isso atrasou um pouco as obras. Mas tudo foi resolvido”, assegurou o superintendente regional da CEF, Odilon Soares.

Para a segunda fase do “Minha Casa, Minha Vida”, a Prefeitura promete disponibilizar sete terrenos em edital público a ser lançado até agosto. Como não há licitação, basta as empresas apresentarem projeto à avaliação da Caixa.

Assim, pretende-se reduzir as áreas de risco da Capital das atuais 91 para 75 até dezembro de 2012. Em 2004, eram 104 e um déficit habitacional de 75 mil unidades. “É um déficit acumulado há 40 anos. Mas a gente começa aqui a desencadear um projeto de mudança na vida dessas pessoas”, avalia o presidente da Habitafor, Roberto Gomes.

Por ora, os meninos do Turmalina aproveitam o vão gramado entre os fundos do condomínio para jogar futebol. E as meninas sentam no batente de casa para trocar a roupa das bonecas.


ENTENDA A NOTÍCIA
Além de ter moradores de áreas de risco como foco, a ação da Prefeitura concede as escrituras dos imóveis preferencialmente a mulher da família. É uma chance de (re)começar a vida com algo mais de dignidade.
SAIBA MAIS

Segundo a Caixa, os titulares dos apartamentos não podem se desfazer do imóvel. Se não tiverem mais condições de pagar por ele, devem procurar a Prefeitura para uma negociação. Em último caso, as moradias irão a leilão. Os moradores da Turmalina são das SERs I e III.

Bruno de Castro
brunobrito@opovo.com.br

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